sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Biografia


Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que freqüentará o autodidata Machado de Assis.

De saúde frágil, epilético, gago, sabe-se pouco de sua infância e início da juventude. Criado no morro do Livramento, consta que ajudava a missa na igreja da Lampadosa. Com a morte do pai, em 1851, Maria Inês, à época morando em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com professores e alunos e é até provável que assistisse às aulas nas ocasiões em que não estava trabalhando.

Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender. Consta que, em São Cristóvão, conheceu uma senhora francesa, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de Francês. Contava, também, com a proteção da madrinha D. Maria José de Mendonça Barroso, viúva do Brigadeiro e Senador do Império Bento Barroso Pereira, proprietária da Quinta do Livramento, onde foram agregados seus pais.

Aos 16 anos, publica em 12-01-1855 seu primeiro trabalho literário, o poema "Ela", na revista Marmota Fluminense, de Francisco de Paula Brito. A Livraria Paula Brito acolhia novos talentos da época, tendo publicado o citado poema e feito de Machado de Assis seu colaborador efetivo.

Com 17 anos, consegue emprego como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, e começa a escrever durante o tempo livre. Conhece o então diretor do órgão, Manuel Antônio de Almeida, autor de Memórias de um sargento de milícias, que se torna seu protetor.

Em 1858 volta à Livraria Paula Brito, como revisor e colaborador da Marmota, e ali integra-se à sociedade lítero-humorística Petalógica, fundada por Paula Brito. Lá constrói o seu círculo de amigos, do qual faziam parte Joaquim Manoel de Macedo, Manoel Antônio de Almeida, José de Alencar e Gonçalves Dias.

Começa a publicar obras românticas e, em 1859, era revisor e colaborava com o jornal Correio Mercantil. Em 1860, a convite de Quintino Bocaiúva, passa a fazer parte da redação do jornal Diário do Rio de Janeiro. Além desse, escrevia também para a revista O Espelho (como crítico teatral, inicialmente), A Semana Ilustrada(onde, além do nome, usava o pseudônimo de Dr. Semana) e Jornal das Famílias.

Seu primeiro livro foi impresso em 1861, com o título Queda que as mulheres têm para os tolos, onde aparece como tradutor. No ano de 1862 era censor teatral, cargo que não rendia qualquer remuneração, mas o possibilitava a ter acesso livre aos teatros. Nessa época, passa a colaborar em O Futuro, órgão sob a direção do irmão de sua futura esposa, Faustino Xavier de Novais.

Publica seu primeiro livro de poesias em 1864, sob o título de Crisálidas.

Em 1867, é nomeado ajudante do diretor de publicação do Diário Oficial.

Agosto de 1869 marca a data da morte de seu amigo Faustino Xavier de Novais, e, menos de três meses depois, em 12 de novembro de 1869, casa-se com Carolina Augusta Xavier de Novais.

Nessa época, o escritor era um típico homem de letras brasileiro bem sucedido, confortavelmente amparado por um cargo público e por um casamento feliz que durou 35 anos. D. Carolina, mulher culta, apresenta Machado aos clássicos portugueses e a vários autores da língua inglesa.

Sua união foi feliz, mas sem filhos. A morte de sua esposa, em 1904, é uma sentida perda, tendo o marido dedicado à falecida o soneto Carolina, que a celebrizou.

Seu primeiro romance, Ressurreição, foi publicado em 1872. Com a nomeação para o cargo de primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, estabiliza-se na carreira burocrática que seria o seu principal meio de subsistência durante toda sua vida.

No O Globo de então (1874), jornal de Quintino Bocaiúva, começa a publicar em folhetins o romance A mão e a luva. Escreveu crônicas, contos, poesias e romances para as revistas O Cruzeiro, A Estação e Revista Brasileira. Sua primeira peça teatral é encenada no Imperial Teatro Dom Pedro II em junho de 1880, escrita especialmente para a comemoração do tricentenário de Camões, em festividades programadas pelo Real Gabinete Português de Leitura.

Na Gazeta de Notícias, no período de 1881 a 1897, publica aquelas que foram consideradas suas melhores crônicas. "Em 1881, com a posse como ministro interino da Agricultura, Comércio Obras Públicas do poeta Pedro Luís Pereira de Sousa, Machado assume o cargo de oficial de gabinete. ">Publica, nesse ano, um livro extremamente original , pouco convencional para o estilo da época: Memórias Póstumas de Brás Cubas -- que foi considerado, juntamente com O Mulato, de Aluísio de Azevedo, o marco do realismo na literatura brasileira.

Extraordinário contista, publica Papéis Avulsos em 1882, Histórias sem data (1884), Vária Histórias (1896), Páginas Recolhidas (1889), e Relíquias da casa velha (1906). Torna-se diretor da Diretoria do Comércio no Ministério em que servia, no ano de 1889.

Grande amigo do escritor paraense José Veríssimo, que dirigia a Revista Brasileira, em sua redação promoviam reuniões os intelectuais que se identificaram com a idéia de Lúcio de Mendonça de criar uma Academia Brasileira de Letras. Machado desde o princípio apoiou a idéia e compareceu às reuniões preparatórias e, no dia 28 de janeiro de 1897, quando se instalou a Academia, foi eleito presidente da instituição, cargo que ocupou até sua morte, ocorrida no Rio de Janeiro em 29 de setembro de 1908. Sua oração fúnebre foi proferida pelo acadêmico Rui Barbosa. É o fundador da cadeira nº. 23, e escolheu o nome de José de Alencar, seu grande amigo, para ser seu patrono. Por sua importância, a Academia Brasileira de Letras passou a ser chamada de Casa de Machado de Assis. Dizem os críticos que Machado era "urbano, aristocrata, cosmopolita, reservado e cínico, ignorou questões sociais como a independência do Brasil e a abolição da escravatura. Passou ao longe do nacionalismo, tendo ambientado suas histórias sempre no Rio, como se não houvesse outro lugar. ... A galeria de tipos e personagens que criou revela o autor como um mestre da observação psicológica. ... Sua obra divide-se em duas fases, uma romântica e outra parnasiano-realista, quando desenvolveu inconfundível estilo desiludido, sarcástico e amargo. O domínio da linguagem é sutil e o estilo é preciso, reticente. O humor pessimista e a complexidade do pensamento, além da desconfiança na razão (no seu sentido cartesiano e iluminista), fazem com que se afaste de seus contemporâneos."

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Frases deTio Assis

"A Melhor definição do Amor não vale um beijo."

"Não precisa correr tanto; o que tiver de ser seu às mãos lhe há de ir."

"Cada qual sabe amar a seu modo; o modo pouco importa; o essencial é que saiba amar."

"As melhores mulheres pertencem aos homens mais atrevidos.
Mulheres são como maçãs em árvores. As melhores estão no topo... Os homens não querem alcançar essas boas, porque eles têm medo de cair e se machucar. Preferem pegar as maçãs podres que ficam no chão, que não são boas como as do topo, mas são fáceis de se conseguir. Assim as maçãs no topo pensam que algo está errado com elas, quando na verdade, ELES estão errados... Elas têm que esperar um pouco para o homem certo chegar, aquele que é valente o bastante para escalar até o topo da árvore."

"A Gratidão de quem recebe um benefício é sempre menor que o prazer daquele que o faz."
"Descobri uma lei sublime, a lei da equivalência das janelas, e estabeleci que o modo de compensar uma janela fechada é abrir outra, a fim de que a moral possa arejar continuamente a consciência".

"Tinha o aspecto das naturezas cálidas, e podia-se dizer, que, na realidade, resumia todo o amor. Resumia-o sobretudo naquela ocasião, em que exprimia mudamente tudo quanto pode dizer a pupila humana".

"Trata de saborear a vida; e fica sabendo, que a pior filosofia é a do choramingas que se deita à margem do rio para o fim de lastimar o curso incessante das águas. O ofício delas é não parar nunca; acomoda-te com a lei, e trata de aproveitá-la".

"A ausência diminui as paixões medíocres e aumenta as grandes, como o vento apaga as velas e atiça as fogueiras."

"Palavra puxa palavra, uma idéia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução, alguns dizem mesmo que assim é que a natureza compôs as suas espécies."

"O grau de espírito que nos deleita dá a medida exata do grau de espírito que possuímos."

"...Em geral a mulher sabe que é amada por um homem, antes mesmo que ele o perceba..."

"O medo é um preconceito dos nervos. E um preconceito desfaz-se; basta a simples reflexão."

"A vida estrebuchava-me no peito, com uns ímpetos de vaga marinha, esvaía-se-me a consciência, eu descia à imobilidade física e moral, e o corpo fazia-se-me planta, e pedra, e lodo, e coisa nenhuma."
"
"Não gosto de lágrimas, ainda em olhos de mulheres, sejam ou não bonitas; são confissões de fraqueza, e eu nasci com tédio aos fracos. Ao cabo, as mulheres são menos fracas que os homens,ou mais pacientes, mais capazes de sofrer a dor e a adversidade..."

"O amor não é mais que um instrumento de escolha; amar é eleger a criatura que há de ser a companheira na vida, não é afiançar a perpétua felicidade de duas pessoas, porque essa pode esvair-se ou corromper-se."

"Há consolações maiores, de certo, e uma das mais excelentes é não padecer esse nem outro mal algum, mas a natureza é tão divina que se diverte com tais contrastes, e aos mais nojentos ou mais aflitos acena como uma flor."

Obras

POESIA:
Crisalidas(1864);
Falenas(1870);
Americanas(1875);
Poesias Completas(1901);



ROMANCE:


Ressurreição(1872);

A Mão e a Luva(1874);

Helena(1876);

Iaiá Garcia(1878);

Memórias póstumas de Brás Cubas(1881);

Quincas Borba(1891);

Dom Casmurro(1899);

Esaú e Jacob(1904);

Memorial de Aires(1908);



CONTO:


Contos Fluminenses(1870);

Histórias da Meia-Noite(1873);

Histórias sem data(1884);

Páginas Recolhidas(1899);

Papéis avulsos(1882);

Páginas Escolhidas(1899);

Relíquias de casa velha(1906);

Várias histórias(1896);




TEATRO:


Desencantos(1861);

Quase Ministro(1864);

O Protocolo(1862);

Deuses de Casaca (1866);

Tu, só tu, puro amor...(1980);

Quase Ministro(1863);

Queda que as mulheres tem pelos tolos(1861);

Hoje avental, amanhã luva(1861);

O caminho da porta(1862);

Teatro coligido (1910);

Obra do Mês: Quincas Borba


Estamos aqui para falar de uma das melhores obras de Machado de Assis: Quincas Borba. sem mais delongas aqui vai um resumo de obra:

PRÓLOGO

Publicada entre 15/06/1886 a 15/09/1891 na revista Estação, é a continuação da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas.

Inicialmente o livro de Romance, que tem um foco narrativo em 3ª pessoa, tem como tema a loucura despertada, através de um processo que ativa fatores latentes.

Com isso, o autor joga com palavras que simulam oscilações da estrutura que o substância, transformando de repente a personagem de “professor em capitalista”.
A OBRA
A história gira em torno da vida de Pedro Rubião de Alvarenga, ex-professor primário, que torna-se enfermeiro e discípulo do filósofo Quincas Borba, que falece no Rio, na casa de Brás Cubas. Com isso, Rubião é nomeado herdeiro universal do filósofo, sob a condição de cuidar de seu cachorro, de nome Quincas Borba também.

Rubião, então, parte para o Rio de Janeiro e, na viagem, conhece o capitalista Cristiano de Almeida e Palha e também Sofia que lhe dispensava olhares e delicadezas. Sofia era mulher de Crtistiano, mas Rubião se apaixonou por ela, tendo em vista o modo em que os dois entraram em sua vida.

O amor era tão grande que Rubião foi obrigado a assumi-lo perante Sofia. Para o espanto, Sofia recusa seu amor, mesmo tendo lhe dado esperanças tempos atrás, e conta o fato para Cristiano.

Apesar de sua indignação, o capitalista continua suas relações com Rubião pois queria obter os restos da fortuna que ainda existia.

O amor de Sofia, não correspondido, aos poucos começa a despertar a loucura em Rubião. Essa loucura o levou à morte e foi comparada à mesma que causou o falecimento de Quincas Borba. Louco e explorado por várias pessoas, principalmente Palha e Sofia, Rubião morre na miséria e assim se exemplifica a tese do humanitismo
A FILOSOFIA
O livro representa a filosofia inventada por Quincas Borba, de que a vida é um campo de batalha onde só os mais fortes sobrevivem e que fracos e ingênuos, como Rubião, são manipulados e aniquilados pelos superiores e espertos, como Palha e Sofia, que no fim da obra terminam vivos e ricos.
HUMANISTAS
Princípio de Quincas Borba: “Nunca há morte. Há encontro de duas expansões, ou expansão de duas formas”
Explicando de uma melhor maneira, criou a frase: “Ao vencedor, as batatas”, princípio esse que marcou e é o enfoque principal do enredo.

-“Supões-se em um capo de duas tribos famintas. As batatas apenas chegavam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrerão de inanição. A paz, neste caso, é a destruição; a guerra, é a esperança.

Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí, a alegria da vitória, os hinos, as aclamações. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se. Ao vencido, o ódio ou compaixão.....Ao vencedor, as batatas !”
UM NARRADOR GENIAL
O narrador de Quincas Borba é, em certa medida, o próprio Machado de Assis. É importante observar que não se deve confundir o narrador com o escritor.

Neste romance, porém, Machado de Assis assume a postura de escritor/narrador. A passagem a seguir, como outras outras da obra, quebra a objetividade do narrador em 3ª pessoa: “Este Quincas Borba, se acaso me fizeste o favor de ler Memórias Póstumas de Brás Cubas, é aquele mesmo náufrago da existência, que ali aparece, mendigo, herdeiro inopinado e inventor de uma filosofia. Aqui o tens agora, em Barbacena”.

OBS: As narrativas de Memórias Póstumas de Brás Cubas e de Quincas Borba tocam-se no início do capítulo IV, sendo uma espécie de continuação daquela. Mas a história de Quincas Borba é completamente outra.

Este romance mostra a caminhada de Rubião para a loucura. De modo que o verdadeiro elo entre os romances é apenas o Humanitismo, filosofia com a qual Quincas Borba marcou sensivelmente Brás Cubas, mas da qual apesar de seus esforços, nada conseguiu transmitir a Rubião.

Cronologia

1839
Nasce a 21 de junho, no Rio de Janeiro, Joaquim Maria Machado de Assis, filho de Francisco José de Assis e Maria Leopoldina Machado de Assis, moradores no morro do Livramento, ele brasileiro, da mesma cidade, ela portuguesa, da Ilha de São Miguel. Pouco se sabe de sua infância: cedo perdeu a mãe e a única irmã; foi amparado, até o segundo casamento do pai, pela madrinha, uma senhora abastada.

1855
De 12 de janeiro desse ano, data da publicação de seu primeiro poema, Ela, até 3 de maio de 1861, colabora na Marmota Fluminense de Paula Brito.

1856
Admitido como aprendiz de tipógrafo na Tipografia Nacional, exerce o ofício até 1858.

1858
Encontra no Padre Antônio José da Silveira Sarmento, cura da Capela de S. João Batista, do palácio imperial de São Cristóvão, um professor gratuito. Passa a revisor de provas de Paula Brito. De 11 de abril desse ano até, pelo menos, 26 de junho do seguinte, escreve em O Paraíba, de Petrópolis. Por esse tempo auxilia o escritor francês Charles de Ribeyrolles na tradução de O Brasil Pitoresco. De 25 de outubro desse ano até, pelo menos, 1 de março de 1868, colabora, com bastante irregularidade, no Correio Mercantil, do qual fora revisor de provas.

1859
Estréia como crítico teatral na revista O Espelho; nela figura, com produções várias, do n.1, de 4 de setembro desse ano, ao n.18, provavelmente o último, de 1 de janeiro de 1860.

1860
Convidado para redator do Diário do Rio de Janeiro, que, em segunda fase, reaparece em 25 de março, exerce o lugar até março de 1867. Esporadicamente, escreve ainda no Diário até 30 de julho de 1869. De 16 de dezembro desse ano até, pelo menos 4 de julho de 1875, inclui-se entre os redatores de A Semana Ilustrada, que surge naquela data.

1861
Publica Desencantos (comédia) e Queda que as Mulheres tem para os Tolos (sátira em prosa).

1862
Admitido, a 31 de dezembro, como sócio do Conservatório Dramático Brasileiro, exerce as funções de auxiliar da censura. De 15 de setembro desse ano até 1 de julho do seguinte, figura em todos os números da revista O Futuro.

1863
Publica o Teatro de Machado de Assis, volume que se compõe de duas comédias, O Protocolo e O Caminho da Porta. De julho desse ano a dezembro de 1878, com interrupção em 1867 e 1868, é constante a sua colaboração no Jornal das Famílias, ao qual dá de preferência contos.

1864
Vai até a Barra do Piraí, trecho então recente da Estrada de Ferro D.Pedro II. Publica seu primeiro livro de versos, Crisálidas.

1866
Publica Os Deuses de Casaca (comédia). Publica no Diário do Rio de Janeiro a sua tradução do romance Os Trabalhadores do Mar, de Victor Hugo, que publica em livro no mesmo ano.

1867
Agraciado com a Ordem da Rosa, no grau de cavaleiro. Nomeado, a 8 de abril, ajudante do diretor do Diário Oficial, exerce o cargo até 6 de janeiro de 1874.

1868
Através de José de Alencar conhece o jovem poeta Castro Alves.

1869
Casa-se, a 12 de novembro, com Carolina Augusta Xavier de Novais, moça portuguesa havia pouco chegada ao Brasil, onde residiam seus irmãos.

1870
Começa, a 23 de abril, a publicar no Jornal da Tarde uma tradução, logo interrompida , do romance Olivier Twist, de Dickens. Publica Falenas (poesia) e Contos Fluminenses.

1871
É nomeado, a 4 de janeiro, membro do Conservatório Dramático, recentemente reorganizado.

1872
Publica Ressurreição (romance). Faz parte do Comissão do Dicionário Marítimo Brasileiro.

1873
Publica Histórias da Meia-Noite e a tradução de Higiene para uso dos Mestres-Escolas, do Dr. Gallard. É nomeado, a 31 de dezembro, primeiro-oficial da Secretaria de Agricultura, Comércio e Obras Públicas.

1874
De 26 de setembro a 3 de novembro, publica, em O Globo, o romance A Mão e a Luva, editado em livro no mesmo ano.

1875
Publica Americanas (poesia)

1876
De julho desse ano a abril de 1878, escreve em todos os números da revista Ilustração Brasileira. De 6 de agosto a 11 de setembro, publica em O Globo o romance Helena, editado no mesmo ano. É promovido, em 7 de dezembro, a chefe de seção da Secretaria de Agricultura.

1878
De 1 de janeiro a 2 de março publica, em O Cruzeiro, o romance Iaiá Garcia, editado no mesmo ano. Sua colaboração nesta revista continua até 1 de setembro. Entra, a 27 de dezembro, em licença, e segue, doente, para Friburgo, onde fica até março de 1879.

1879
De junho desse ano a dezembro do seguinte, escreve na Revista Brasileira (fase Midosi), e nela publica, entre outros trabalhos, o romance Memórias Póstumas de Brás Cubas (de 15 de março a 15 de dezembro de 1880). De 15 de julho desse ano até, pelo menos, 31 de março de 1898, es creve na revista A Estação, onde publica, entre outros trabalhos, o romance Quincas Borba (de 15 de junho de 1886 a 15 de Setembro de 1891).

1880
Entra, a 6 de fevereiro, em licença de um mês, por estar sofrendo dos olhos. Designado, a 28 de março, oficial-de-gabinete do Ministro da Agricultura, Manuel Buarque de Macedo, exerce as mesmas funções com o sucessor deste, Pedro Luís Pereira de Sousa. É representada, no teatro de D. Pedro II, a comédia Tu só, tu, Puro Amor..., por ocasião das festas organizadas pelo Real Gabinete Português de Leitura para comemorar o tricentenário de Camões, e para essa celebração especialmente escrita. Foi publicada, em livro, no ano seguinte.

1881
Publica em livro as Memórias Póstumas de Brás Cubas. De 18 de dezembro desse ano até 28 de fevereiro de 1897, escreve com assiduidade na Gazeta de Notícias; esporádica, a sua colaboração alcança o número de 2 de junho de 1904. Entre outras seções, redige A Semana (crônicas).

1882
Publica Papéis Avulsos (contos). Entra, a 5 de janeiro, em licença de três meses, para tratar-se fora do Rio.

1884
Publica Histórias sem Data.

1886
Sai o volume Terras, Compilação para Estudo, por ele redigido.

1888
É elevado a oficial da Ordem da Rosa. Desfila, a 20 de maio, no préstito organizado para celebrar a Abolição.

1889
É promovido, em 30 de março, a diretor da Diretoria de Comércio, na Secretaria da Agricultura.

1890
Vai, em companhia de Carolina e dos Barões de Vasconcelos, visitar as fazendas da Companhia Pastoril Mineira, em Sítio e Três Corações.

1891
Publica em livro o romance Quincas Borba.

1892
Passa, em 3 de dezembro, a diretor-geral do Ministério da Viação.

1895
De dezembro desse ano a outubro de 1898, escreve na Revista Brasileira (fase Veríssimo).

1896
Publica Várias Histórias. Aclamado, em 15 de dezembro, para dirigir a primeira sessão preparatória da fundação da Academia Brasileira de Letras, tem parte preponderante na criação desse instituto que preside até morrer.

1898
É posto em disponibilidade, no dia 1 de janeiro, em virtude da reforma no Ministério da Viação. Volta ao Ministério, como secretário do Ministro Severino Vieira. Exerce depois as mesmas funcões com Epitácio Pessoa e Alfredo Maia.

1899
Publica Dom Casmurro (romance) e Páginas Recolhidas (contos, ensaios, teatro).

1901
Publica Poesias Completas.

1902
Volta à atividade, em 18 de novembro, como diretor da Secretaria da Indústria, no Ministério da Viação. É transferido, a 18 de dezembro, para diretor-geral de Contabilidade do mesmo Ministério.

1904
Publica Esaú e Jacob (romance). Segue em janeiro para Friburgo, com a esposa enferma. A 20 de outubro morre Carolina, dias antes de completarem 35 anos de casados.

1906
Publica Relíquias de Casa Velha (contos, crítica, teatro).

1908
Publica Memorial de Aires (romance). Entra, a 1 de junho, em licença para tratamento de saúde. Na madrugada de 29 de setembro, as 3 h. 20 m, morre em sua casa, a Rua Cosme Velho, 18; é enterrado, segundo determinação sua, na sepultura de Carolina, jazigo perpétuo 1359, Cemitério de São João Batista.